Atual carnavalesco da Rocinha, ele leva universitários para o barracão da escola de samba

Por Stéfano Salles para Jornal O Globo

Desde que deixou o cargo de Rei Momo do carnaval carioca, Alex de Oliveira investe na carreira de carnavalesco. Responsável pela Acadêmicos da Rocinha, que volta no ano que vem para a Série A, novo nome do antigo grupo de acesso, ele começa a conceber o desfile da agremiação nas salas de aula dos cursos de engenharia da Universidade Veiga de Almeida, no Maracanã. No campus, leciona a disciplina Laboratório de Criatividade e Inovação. É durante as aulas que a apresentação da escola começa a ganhar forma, embora o professor precise vencer a desconfiança dos cartesianos futuros engenheiros.

— Os alunos chegam aqui com sonho de projetar coisas, e não percebem que a engenharia é transversal e está presente em tudo. Procuro mostrar que a Engenharia Elétrica está presente na iluminação e nos efeitos de um carro alegórico, por exemplo. O projeto de um carro tem muito de Engenharia Civil, e a busca por um carnaval sem poluentes é influenciada pela Engenharia Ambiental — afirma Oliveira.

A união entre a universidade e o carnaval tem dado samba. Cerca de 30 alunos, a maioria do curso de Engenharia, dá expediente, em esquema de voluntariado, no barracão da Acadêmicos da Rocinha, no Santo Cristo. Para alguns, a participação vale horas de atividades complementares, pré-requisito para a formatura.

— As escolas pequenas não têm recursos. E não teriam como pagar a mão de obra desses alunos. Então, por meio da parceira com a UVA, a Acadêmicos da Rocinha oferece uma contrapartida com muito aprendizado — explica.

 

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