Quem vive na região reclama que trabalhos no local estão parados há cinco meses.

Andaime de obra parada na Tijuca vira ‘casa’ para moradores de rua

 

Fonte Jornal O Globo

Os andaimes usados numa obra realizada por um supermercado na Tijuca, na Zona Norte do Rio, está atrapalhando a rotina dos moradores da região e, segundo uma leitora que prefere não se identificar, está contribuindo para o aumento da população de rua no local. De acordo com ela, que enviou a reclamação para o WhatsApp do GLOBO (21 99999-9110), os trabalhos estão parados há meses.

— O Supermercado Extra, que pega trechos das ruas Conde Bonfim, Visconde de Figueiredo e Conselheiro Zenha, na Tijuca, botou umas armações há mais de cinco meses para a obra, mas não tem ninguém trabalhando — diz a leitora, que reclama ainda dos moradores de rua. — Para passar por lá já era preciso tapar o nariz, pois os mendigos sempre fizeram suas necessidades no local. Após a instalação do andaime, até barracos de papelão surgiram.

Em nota, o Supermercado Extra lamenta o inconveniente, e afirma que está reavaliando o cronograma da obra: “O Extra pauta suas ações no respeito à comunidade em que está inserido. A rede lamenta qualquer inconveniente e informa que está reavaliando o cronograma de obras e vai analisar uma maneira que gere o menor impacto possível ao entorno durante o período de reforça da marquise”.

A Subprefeitura da Grande Tijuca informou que notificou o supermercado Extra devido à instalação de andaimes na calçada e que avisou a Secretaria de Urbanismo sobre o problema. Quanto aos moradores de rua, disse que realiza duas vezes por semana na Grande Tijuca operações de acolhimento junto com as secretarias de Desenvolvimento Social e de Assistência Social, e com a Polícia Militar, entre outros órgãos.

A Secretaria municipal de Desenvolvimento Social, responsável pelo serviço de abordagem social às pessoas em situação de rua, afirma que o trabalho é realizado diariamente nos períodos diurno e noturno, em todas as regiões da cidade, inclusive na Tijuca. Ainda segundo a secretaria, as equipes do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) Arlindo Rodrigues identificaram no local um grupo de aproximadamente dez pessoas, entre homens e mulheres, usuários de álcool e drogas. Apesar disso, após diversas abordagens,nenhuma delas mostrou interesse em ser acolhida.

O órgão informou que “todas as reclamações referentes à presença de população em situação de rua são checadas, todavia, os adultos abordados e convidados a ingressar na rede acolhedora do município têm o livre arbítrio de acompanhar ou não as equipes”. A secretaria diz que continuará monitorando o endereço na tentativa de sensibilizar o grupo a acompanhar as equipes e serem inseridos na rede de proteção social do município.

 

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