Mais de 2300 roubos foram registrados nessa região em 2016.

Fonte por O Globo

A região da Grande Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro, tem sido palco de vários episódios de roubos e assaltos seguidos de mortes. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), mostram que em 2016 os roubos aumentaram 36,5% nessa região, em relação ao ano de 2015. Em todo o ano de 2016, foram mais de 2344 roubos. A região abranje bairros como Maracanã, Tijuca e Praça da Bandeira, onde ficam locais como o estádio do Maracanã, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), estações do metrô e da SuperVia, diversas escolas e muitos bares tradicionais.

No entanto, o aumento da violência tem deixado moradores assustados. O motorista de caminhão Gianuzzi Albor da Silva, de 46 anos, que mora em um prédio que fica de frente para o cruzamento das ruas São Francisco Xavier e Radialista Waldyr Amaral, onde um policial militar morreu nesta quinta-feira (16) vítima de uma tentativa de assalto, diz que está cada vez mais inseguro passar pela região.

“Isso acontece todos os dias. De segunda a segunda. Não tem mais dia certo para acontecer não. Já filmei vários assaltos da minha janela. Os moradores aqui do meu prédio estão todos aterrorizados. Estão com medo de sair de casa. Essa é a rotina de medo do carioca”, desabafa o morador, ressaltando que assaltos no local acontecem todos os dias.

Um empresário, que preferiu não se identificar, possui uma loja de acessórios para automóveis a menos de 100 metros do cruzamento. Ele conta que já está estudando mudar o horário de funcionamento da loja mas que teme afetar o lucro de seu comércio.

“A única diferença daqui pra uma favela perigosa é o asfalto no meio, só isso. Já pensei em fechar a loja mais cedo, mas vou acabar afetando minha receita. Tá complicado, muito complicado”, conta empresário.

Um médico do Paraguai, que estuda pós graduação na UERJ, não esconde o medo em passar pelo cruzamento das ruas Radialista Waldir de Amaral com São Francisco Xavier, toda vez que precisa ir e voltar da universidade. “Toda semana é assalto aqui ao redor da Uerj, do Maracanã. Não tem policiamento, é uma vergonha isso aqui. Toda semana é isso”, diz estrangeiro.

Na manhã de quinta-feira (16), uma tentativa de assalto terminou com a morte de um policial que trabalhava como segurança de um desembargador. Segundo a policia, a vítima foi surpreendida por quatro indivíduos em duas motos que dispararam mais de 10 tiros contra o policial. O Rio de Janeiro já contabiliza 27 policiais militares mortos em 2017.

No dia 7 de março uma outra tentativa de assalto terminou em tiroteio no mesmo cruzamento. Um policial de folga passava pelo local quando percebeu que uma pessoa estava sendo assaltada. Ele reagiu e disparou sete tiros em um dos criminosos.

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