Evento organizado pela Pulsar Companhia de Dança chega à terceira edição na Tijuca.

Fonte: Por Thayanne Porto Sob supervisão de Marta Paes para Jornal O Globo

Integrar o universo da dança ao debate sobre as diferenças. Com esse objetivo, o Festival Corpos Ímpares começa nesta quinta, no Centro Coreográfico do Rio de Janeiro, na Tijuca. É a terceira edição do evento, organizado pela Pulsar Companhia de Dança.

— O nosso objetivo é mostrar que a arte é para todos. O trabalho artístico depende das diferenças, das vivências que cada um tem — explica Maria Teresa Taquechel, diretora, coreógrafa e bailarina da Pulsar.

Além das apresentações de dança, o festival traz peças teatrais, oficinas, mesas-redondas e palestras com estudantes, bailarinos e educadores.

Com sequela de poliomielite, Rogério Andreolli, de 52 anos, é um dos bailarinos que participam do festival. Sua formação inicial de ator foi a porta de entrada para a dança, e a paixão fez com que ele superasse barreiras, tornando-se o primeiro bailarino profissional em cadeiras de rodas no Brasil.

— A Pulsar sempre teve artistas com e sem deficiência, e a ideia era reunir múltiplas formas de se expressar. Isso se reflete no festival, que é multiartístico — diz.

Além de se apresentar, Rogério vai ministrar uma oficina de dança contemporânea.

Para a bailaria Marina Magalhães, a experiência adquirida na Pulsar mudou seu modo de ver o mundo.

— O contato com pessoas que têm necessidades diferentes das minhas fez com que eu revisse questões que nunca pareceram um problema para mim — afirma a bailaria, citando o exemplo de uma colega da companhia que tem deficiência visual e precisa da ajuda das pessoas para pegar o ônibus certo. — Parece algo tão simples para quem não tem deficiência, mas não é assim para todo mundo.

O evento também conta com a presença da Companhia Híbrida, que vai apresentar o espetáculo “Moto sensível”, a última parte de uma trilogia que tenta discutir a relação entre o hip-hop e a fragilidade do ser humano.

Criada em 2007, a Híbrida é uma companhia de danças urbanas que surgiu com alunos do projeto social “Arte é o melhor remédio”, de oficinas gratuitas de dança e teatro, no Complexo do Turano. O bailarino Rafael “Russo”, de 23 anos, destaca a importância da companhia.

— É um projeto muito importante. Graças à Híbrida, eu conheci novos lugares, pessoas interessantes — diz.

As apresentações do festival custam R$ 5, mas as oficinas e palestras são gratuitas. A programação completa está disponível no site . As inscrições para as oficinas e palestras devem ser feitas pelo e-mail . Todas as mesas-redondas têm intérpretes de Libras; e as vagas são limitadas.

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